Balança Comercial do Agronegócio Paulista, Janeiro a Setembro de 2004

            No período de janeiro a setembro de 2004 as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 22,63 bilhões (32,2% do total nacional), e as importações2 US$ 19,92 bilhões (44,1% do total nacional), registrando superávit de US$ 2,71 bilhões, 63,3% maior do que no período janeiro-setembro de 2003. Em relação a igual período do ano anterior, o valor das exportações aumentou 37,5% e o das importações 34,6% (gráfico 1).
            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+36,9%), atingindo US$ 7,49 bilhões, enquanto as importações aumentaram 20,5%, somando cerca de US$ 2,65 bilhões, com saldo de US$ 4,84 bilhões3, 48,0% maior do que no período janeiro-setembro de 2003.

            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 0,1 ponto percentual, enquanto a participação das importações diminuiu 1,6 ponto percentual (gráfico 2). Ainda assim, configura-se como o mais importante segmento exportador paulista com quase um terço das vendas externas.

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 25,12 bilhões no período janeiro a setembro de 2004, com exportações de US$ 70,28 bilhões e importações de US$ 45,16 bilhões. Esse superávit, 41,2% maior do que o de igual período em 2003, resultou de aumento nas exportações (+33,1%) superior ao das importações (+29,0%). As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 34,2% em relação ao período janeiro-setembro do ano anterior, atingindo US$ 31,67 bilhões (45,1% do total). Já as importações do setor subiram 22,4%, também em comparação com igual período de 2003, somando US$ 7,33 bilhões (16,2% do total). O superávit do agronegócio foi de US$ 24,34 bilhões4, 38,2% superior ao do período janeiro-setembro do ano anterior (gráfico 3). O agronegócio mostra crescimento das exportações em ritmo superior ao da média nacional, e continua respondendo pela quase totalidade do saldo comercial.

            A participação das exportações do agronegócio no total do País apresentou crescimento, enquanto a participação nas importações diminuiu (gráfico 4).

            Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo representaram 23,7%, 0,5 ponto percentual a mais do que no período janeiro-setembro de 2003, enquanto as importações representaram 36,2%, 0,5 ponto percentual a menos do que em igual período do ano anterior (gráfico 5).

            Os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista, no período janeiro-setembro de 2004, foram: bovinos (US$ 1.825,71 milhões); cana e sacarídeas (US$ 1.569,27 milhões); produtos florestais (US$ 888,28 milhões); frutas (US$ 841,29 milhões), especialmente suco de laranja (US$ 772,87 milhões) e cereais / leguminosas / oleaginosas (US$ 760,21 milhões). Em âmbito nacional, os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio foram: cereais / leguminosas / oleaginosas (US$ 9.752,91 milhões); produtos florestais (US$ 5.177,81 milhões); bovinos (US$ 4.111,79 milhões); suínos e aves (US$ 2.637,97 milhões) e cana e sacarídeas (US$ 2.223,19 milhões).
            A quantidade6 de produtos do agronegócio exportada pelo Brasil cresceu 23,7%, quando comparada com a de igual período em 2003, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo aumentou 28,9%. Os preços dos produtos do agronegócio exportados aumentaram 8,6% em nível nacional e 6,6% no âmbito de São Paulo.
            Entre os produtos que apresentaram crescimento de quantidades exportadas, destacaram-se no agronegócio, em nível nacional, açúcar (30,0%), carnes (26,4%) e madeira e seus produtos (19,4%).
            Cerca de 49,6% do valor das exportações do agronegócio, no período janeiro-setembro de 2004, corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados). No Estado de São Paulo, a participação de produtos do agronegócio industrializados foi bem maior (71,2% do total).
            Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foi o grupo predominante no período de janeiro a setembro de 2004, representando 61,9% do valor total de exportações nacionais de mercadorias do agronegócio. No caso do Estado de São Paulo, o grupo de bens de consumo foi o principal (48,0% do valor total).
            Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, tanto para o conjunto dos setores como para os agronegócios revelam a posição estratégica coupada por essa unidade da federação no comércio exterior nacional, revelando-se não apenas como o principal ponto de origem dos produtos transacionados mas também o destino das mercadorias adquiridas em outras nações (Tabelas 1a a 3a ) .

Tabela 1a - Brasil - Balança Comercial, Janeiro a Setembro, 2003 e 2004
(US$ bilhão FOB)

Ano
Total 
Agronegócio
Participação do Agronegócio(%)
Exportação
Importação
Saldo
Exportação
Importação 
Saldo
Exportação
Importação
2003
52,79
35,00
17,79
23,60
5,99
17,61
44,7
17,1
2004
70,28
45,16
25,12
31,67
7,33
24,34
45,1
16,2
Fonte:Elaborada pelo IEA/APTA/SAAESP a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 2a - Estado de São Paulo - Balança Comercial, Janeiro a Setembro, 2003 e 2004
(US$ bilhões FOB)

Ano
Total 
Agronegócio 
Participação do Agronegócio(%)
Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo Exportação Importação
2003
16,46
14,80
1,66
5,47
2,20
3,27
33,2
14,9
2004
22,63
19,92
2,71
7,49
2,65
4,84
33,1
13,3
Fonte:Elaborada pelo IEA/APTA/SAAESP a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 3a - Participação da Balança Comercial do Estado de São Paulo na Brasileira, Total e Agronegócio, Janeiro a Setembro, 2003 e 2004

Ano
Total
Agronegócio
Exportação
Importação
Exportação
Importação 
2003
31,2
42,3
23,2
36,7
2004
32,2
44,1
23,7
36,2
Fonte:Elaborada pelo IEA/APTA/SAAESP a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

_____________________________

1 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 5,43 bilhões.
4 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 26,42 bilhões.
5 As discussões sobre quantidades e preços baseiam-se em resultados provenientes do cálculo de índices pela fórmula de Fisher.

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Veja as tabelas:


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Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2004
Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil e Estado de São Paulo,  Janeiro a Setembro de 2004
Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil, Janeiro a Setembro de 2003 e Janeiro a Setembro de 2004
Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2003 e Janeiro a Setembro de 2004
Variações de Quantidade e Preço de Exportações dos Agronegócios, Principais Produtos, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2004
Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias do Agronegócio por Capítulo, Nomenclatura Comum do MERCOSUL, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2004
Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Brasil, Janeiro a Setembro de 2004
Principais Mercadorias Exportadas pelo Agronegócio, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2004
Relação de Mercadorias dos Agronegócios, Janeiro a Setembro, 2003 e 2004

Data de Publicação: 18/05/2004

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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